quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

09 de fevereiro: é descoberto o califórnio!

O califórnio foi sintetizado pela primeira vez na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos, pelos pesquisadores Stanely Thompson, Kenneth Street, Jr., Albert Ghiorso e Glenn T. Seaborg, em 09 de fevereiro de 1950. Era o sexto elemento transurânico descoberto, tendo sido anunciado o feito em 17 de março de 1950.

Os quatro co-descobridores do califórnio e do berquélio


Este elemento foi nomeado em homenagem ao estado americano da Califórnia e à Universidade da Califórnia:  
 
"It is suggested that element 98 be given the name californium (symbol Cf) after the university and state where the work was done. This name, chosen for the reason given, does not reflect the observed chemical homology of element 98 to dysprosium (No. 66) as the names americium (No. 95), curium (No. 96), and berkelium (No. 97) signify that these elements are the chemical homologs of europium (No. 63), gadolinium (No. 64), and terbium (No. 65), respectively."

(Sugere-se que o elemento 98 receba o nome Califórnio (símbolo Cf) em referência  à universidade e ao estado onde foi feito. Este nome, escolhido pela razão dada, não reflete a homologia química do elemento 98 ao disprósio (número 66) como os nomes amerício (número 95), cúrio (número 96) e berquélio (número 97) apresentam-se como os homólogos químicos do európio (número 63), gadolínio (número 64) e térbio (número 65), respectivamente.)

Para produzir o elemento 98, a equipe bombardeou um alvo de cúrio-242 com partículas alfa (35 MeV) num ciclotron de Berkeley, obtendo átomos de califórnio-245 (meia-vida de 44 minutos) com liberação de um nêutron.

É interessante conhecer um fato bem-humorado associado a essa descoberta, que consistiu  em um "debate" através de cartas publicadas na revista New Yorker ,na seção denominada “O Comentário da Cidade” e que foi descrita por Seaborg, em seu livro intitulado "A descoberta de novos elementos":

Novos átomos vêm sendo produzidos de um modo espetacular, e com uma frequência talvez alarmante e a Universidade da Califórnia, em Berkeley, cujos cientistas descobriram os elementos 97 e 98, batizou-os de berkélio e califórnio, respectivamente. [...] Os ocupadíssimos cientistas da Califórnia sem dúvida nenhuma surgirão com mais um ou dois elementos em futuro não remoto [...]. Entretanto já perderam a oportunidade de se imortalizar nas Tabelas Atômicas com a seguinte sequência: univérsio – 97, ofio – 98, califórnio – 99, berkélio – 100. (“Universitium – 97, ofium – 98, californium – 99, berkelium – 100”, isto é, “University of Califórnia, Berkeley”).
 
Os descobridores enviaram ao New Yorker a seguinte resposta:
 
Os “Comentários da Cidade” não atingiram o alvo relativamente ao batismo dos elementos 97 e 98. Devemos chamar a atenção para o fato de que não tivemos falta de visão ao indicar esses elementos como “berkelium” e “californium”. Usando esses nomes, antes de mais nada, previmos a terrível possibilidade de ocorrer o fato de que, indicando 97 e 98 por “universium” e “ofium” algum novayorquino poderia descobrir os elementos 99 e 100 e batizá-los com os nomes de “newium” e “yorkium”.

A resposta do New Yorker a essa última carta do grupo da Califórnia foi breve:
 
Estamos despendendo o máximo de nossos esforços em nossos escritórios e laboratórios para descobrir os elementos “newium” e “yorkium”. Até agora a única coisa que temos são somente os nomes. (p. 43-44)

O califórnio ainda não foi isolado em sua forma metálica, apresentando apenas um íon estável em água, o califórnio-III.

Amostra de califórnio em um tubo capilar


Nenhum comentário:

Postar um comentário