domingo, 22 de fevereiro de 2009

Nitrocelulose: uma molécula explosiva

A nitrocelulose é o produto obtido pela reação entre a celulose e o ácido nítrico (processo conhecido como nitração).

Contra a vontade de sua esposa, o químico alemão Christian F. Schönbein (1799-1868) ocasionalmente realizava experiências em casa. Em 1846, Schönbein estava trabalhando com uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico na cozinha de sua casa e, por acidente, deixou cair um pouco da mistura. Na tentativa de limpar a sujeira, se apropriou da primeira coisa que encontrou: o avental de algodão da esposa. Limpou o líquido derramado e pendurou o avental próximo do fogão para secar, antes que a esposa voltasse à casa. Quando o avental secou perto do fogão, mas incendiou-se rapidamente praticamente sem deixar vestígios.


Schönbein deixou a esposa furiosa ao fazer desaparecer seu avental

Schönbein passou a investigar o caso e descobriu a ‘nitrocelulose’ ou ‘algodão-pólvora’, o que não diminuiu a ira da esposa, que havia perdido seu avental preferido.

A nitrocelulose apresenta uma coloração branco-amarelada, com um aspecto de algodão áspero. Entra em ignição espontânea a uma temperatura de 160-170º C.


O algodão-pólvora


Fórmula estrutural da nitrocelulose



É utilizada na manufatura de tintas, adesivos, colóides, explosivos. Algumas empresas utilizaram a nitrocelulose para produzir bolas de bilhar, sendo substituída após a ocorrência de acidentes envolvendo o uso de cigarros e o jogo de sinuca.




Foto de antiga fábrica de bolas de sinuca



Em reação com a cânfora, é possível produzir uma série de compostos conhecidos como celulóides, que foram utilizados na fabricação de películas cinematográficas, bolas de pingue-pongue, bonecas, devido a sua semelhança aparente com o marfim. Entretanto, devido à inflamabilidade, a maioria desses produtos teve sua composição alterada.


Bonecas de celulóide