quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

08 de fevereiro: Courtouis e o iodo

Nesta data celebra-se o nascimento do químico francês Bernard Courtouis, natural de Dijon, cidade onde nasceu em 1877.



Bernard não teve acesso à educação formal, tendo seu aprendizado na fábrica onde seu pai trabalhava. Por conta do prestígio local de seu pai, Bernard acabou tendo bastante contato com o bem-equipado laboratório do departamento de química de Dijon - onde certamente obteve boa parte de seu aprendizado.

 Seu pai tornou-se responsável pela fabricação de salitre francês, tendo ensinado o ofício aos dois filhos - que o seguiram.

Em 1802, Courtois trabalhou com Armand Séguin na École Polytechnique, estudando o ópio. Em conjunto com Séguin, Courtois isolou a morfina - o primeiro alcalóide conhecido - a partir do ópio. Séguin apresentou a sua primeira memória de ópio para o Instituto Francês em 1804.

Em 1811, a guerra havia se tornado o centro de atenções do governo: havia escassez de salitre, obtido a partir de cinzas de madeira. Como alternativa à escassez, o nitrato de potássio (principal componente do salitre) precisava ser obtido a partir de algas marinhas, abundantes na costa da Normandia e da Bretanha. As algas possuíam um elemento químico ainda não descoberto, de bastante importância. 

Um dia, no final de 1811, enquanto Courtois isolou os compostos de sódio e de potássio a partir de cinzas de algas marinhas, descobriu o novo elemento - iodo - após adicionar ácido sulfúrico sobre as cinzas de algas marinhas. Ele estava investigando a corrosão de seus vasos de cobre, quando percebeu um vapor desprendido, de coloração púrpura. O químico inglês Humphry Davy posteriormente registrou:
 
"Esta substância foi descoberta acidentalmente, dois anos atrás por Courtois, um fabricante de Paris. No curso do procedimento realizado para obter soda a partir das cinzas de algas, ele descobriu que os vasos de metal utilizados foram corroídos e, ao buscar a causa, ele descobriu uma nova substância. Ela apareceu quando um pouco de ácido sulfúrico foi adicionado às cinzas, após a extração do carbonato de sódio. Quando o ácido está concentrado o suficiente para produzir um calor forte, a nova substância aparece como um vapor violeta bonito e se condensa em cristais que são da cor e apresentam o brilho do grafite."

Bernard Courtouis foi parabenizado por sua descoberta do iodo por químicos de renome, como Humphry Davy e Joseph Gay-Lussac.



Ele esforçou-se financeiramente para o resto de sua vida e morreu 27 de setembro de 1838. Ele tinha 62 anos e não tinha bens deixados por sua viúva ou filho. No ano de sua morte, o Jornal de Chimie Médicale observou de forma seca a sua passagem sob o título "Obituário":

 

     "Bernard Courtois, o descobridor de iodo, morreu em Paris, a 27 setembro de 1838, deixando a viúva sem fortuna. Se, ao fazer essa descoberta, Courtois, tinha tirado um certificado de invenção, ele teria realizado uma grande propriedade."


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Uma nota: no final do dia tive o prazer de recepcionar duas amigas gaúchas em Olinda: a Margot e a Sílvia - duas entusiastas da Química. Junto com Bruna Cordeiro - uma amiga da Biologia - levantamos um brinde ao outro ilustre aniversariante do dia - o afamado Dmitri Mendeleev, o criador da tabela periódica.

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